Amanhã deixo Salvador depois de 15 dias de estadia na casa de meu pai. Foram dias legais em que pude revisitar alguns lugares e conhecer outros novos. Também cumpri o objetivo pessoal de adquirir mais um instrumento musical, um berimbau – embora ainda não saiba como farei para trazê-lo no avião.
Ao que me pareceu, Salvador é uma boa cidade pra se morar, se você puder desfrutar de uma situação econômica confortável. Penso seriamente em gastar uma partezinha da minha vida aqui, no futuro. Claro que o que mais fomentou esse desejo foi o contato com as aprazíveis praias, repletas de quiosques com cerveja gelada e porções saborosas. E tudo sob uma brisa do mar que é de tocar a alma.
As praias que conheci de perto foram a de Stella Maris e a do Flamengo, que são contíguas, e a Praia do Buraquinho, um pouco mais distante. Mas circulando a orla de ônibus, pude contemplar Itapuã, Barra, Piatuba e muitas outras mais. Todas de beleza estonteantes.
O transito parece (parece!) fluir bem nos horários e nas áreas por onde andei de carro. A cidade também dá sinais de contar com uma vida cultural relativamente rica. Apesar de não ter assistido a nada, pela rádio pude ouvir a vários anúncios de peças e shows. Dos lugares que conheço, sei que há o teatro Castro Alves e o Museu de Arte Moderna (onde deixei de ir a um jazz de sábado por causa de uma chuva importuna). Deve haver dezenas de outros mais, sem contar a própria cultura local que já é muito rica por si mesma.
O Pelourinho é, sem dúvida, o lugar com maior concentração de turistas, já que é lá o centro histórico da cidade, bastante curioso e atrativo. Seu interior é cheio de igrejas antigas, lojinhas de souvenires e restaurantes. Ainda possui uma belíssima visão da costa, com embarcações de médio porte disputando espaço com o reflexo do sol nas águas cristalinas do mar.
Mas, se as praias de Salvador já são de uma beleza ímpar, conforme você deixa a cidade rumo ao norte, a paisagem se torna paradisíaca demais. É até covardia. Seguindo no único trecho de estrada duplicada da região, que beira a costa, condomínios de alto padrão começam a dar as caras. Isso do lado direito, o lado do mar. Do lado esquerdo, estão as casas mais humildes, que abrigam a população de baixa renda.
Fui até a Praia do Forte, que fica numa vilazinha turística, pertencente ao município de Mata de São João. Lá também é sede de uma unidade do Projeto Tamar, aquele das tartarugas. Foi um dos lugares mais bonitos em que estive em minha vida. Já decidi que quando me aposentar (se ainda houver aposentadoria), vou comprar uma casa e morar por ali. Só vendo para saber do que falo.
Voltando à Salvador, talvez a característica mais marcante da paisagem urbana, sob uma observação isenta, não é nem de longe as praias. Pra quem olha do lado oposto ao mar, vai perceber que a cidade quase que por completo é cercada por favelas, situadas no alto dos morros. Aqui elas são chamadas de “invasões”. Como já disse em um post anterior, de uma cidade que ostenta um índice de desemprego na casa de 20% não se poderia esperar outra coisa.
É, tchau Salvador. Agora é voltar à Rio Claro, para, quem sabe, empreitar uma nova viagem em pouco tempo.
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ps1: Leitores de primeira viagem no blog que queiram ver mais fotos minhas de Salvador, podem visitar meu novo Flickr.